Today`s homily was replaced by the reading of the pastoral letter from the Archbishop of Luxembourg:
Die Kirche bereitet sich seit frühester Zeit
durch eine vierzigtägige Bußzeit auf die österliche Feier des Todes und
der Auferstehung Jesu Christi vor. Die Christen bemühen sich ihren
Lebensstil so zu ändern, dass durch Gebet, Verzicht, Versöhnung und
konkrete Nächstenliebe Christus mehr Raum in ihrem Leben gewinnt. Sind
sie untereinander barmherzig, legen sie Zeugnis ab für die unendliche
Barmherzigkeit Gottes.
Die Fastenzeit ist die bevorzugte Zeit der Gnade für die Umkehr und
die Rückkehr zur vollen Gemeinschaft mit Christus. Dies geschieht
insbesondere durch die volle Teilnahme an der Feier der Eucharistie,
aber auch in besonderem Maß durch den Empfang des Bußsakramentes.
In der Feier der Eucharistie wird die volle Gemeinschaft der
Getauften mit dem Herrn und seiner Kirche sichtbar. Die Kirche empfiehlt
daher den ehrfürchtigen Kommunionempfang bei jeder Messfeier. Jeder
Gläubige aber soll wenigstens einmal im Jahr, nach Möglichkeit in der
österlichen Zeit (zwischen Aschermittwoch und Pfingsten), die Kommunion
empfangen und durch diese volle Teilnahme an der Eucharistie seine
Gemeinschaft mit der Kirche zum Ausdruck bringen.
Im Bußsakrament wird dem Christen, der seine Sünden bereut und
aufrichtig bekennt, im Namen Gottes die Vergebung geschenkt; so erfährt
er konkret die göttliche Barmherzigkeit. Jeder Christ soll sich
regelmäßig prüfen, ob er in einer wichtigen Sache bewusst und freiwillig
gegen Gott und gegen die Kirche, gegen seine Mitmenschen oder gegen
sich selbst schuldig geworden ist. Wer sich in diesem Sinne einer
schweren Sünde bewusst ist, soll diese möglichst bald, wenigstens aber
innerhalb eines Jahres in der Feier des Bußsakramentes bekennen. Er ist
aber auch verpflichtet, allen angerichteten Schaden nach besten Kräften
gutzumachen. Auch den Gläubigen, die keine schweren Sünden zu beichten
haben, wird zur sakramentalen Sündenvergebung die öftere Feier des
Bußsakramentes empfohlen, wodurch sie Gott seiner überaus reichen
Barmherzigkeit vergewissert. Die persönliche Beichte fördert zudem die
Selbsterkenntnis und trägt zur inneren Reife bei. Die Zeit für die
österlichen Sakramente (Bußsakrament, Kommunion) erstreckt sich in
unserer Erzdiözese von Aschermittwoch bis Pfingstmontag einschließlich.
Durch das Fasten und alle anderen Formen des Verzichts wird der
Mensch frei gegenüber den eigenen Bedürfnissen und Wünschen. Er wird
frei gegenüber Gott und seinen Mitmenschen. Das Abstinenzgebot mit dem
Verzicht auf Fleischspeisen am Aschermittwoch und Karfreitag
verpflichtet alle ab dem vollendeten 14. Lebensjahr. Das Fastengebot mit
dem „Fastenopfer“ nach der freien Verantwortung des einzelnen Christen
verpflichtet zwischen dem 18. bis zum Beginn des 60. Lebensjahres. Als
Zeichen der Umkehr im Sinne der bewussten Hinkehr zu Gott und den
Menschen, besonders der Bedürftigen, bittet der Erzbischof das
Abstinenz- und Fastengebot darüber hinaus an allen Freitagen der
Fastenzeit zu befolgen. Entschuldigt ist, wer durch Krankheit, auf
Reisen, am fremden Tisch oder durch schwere körperliche Arbeit daran
gehindert ist. Seelsorger und Eltern sollen dafür sorgen, dass auch
diejenigen, die wegen ihres jugendlichen Alters zu Fasten und Abstinenz
nicht verpflichtet sind, zu einem echten Verständnis der Buße als
Hinwendung zu Gott und den Notleidenden geführt werden.
Möge die Zeit des Fastens und des Betens im Jahr der Barmherigkeit uns alle näher zu Gott und zueinander führen.
(mitgeteilt vom Erzbischöflichen Ordinariat)
Portugues:
“Misericordiosos como o Pai”
Carta Pastoral do Arcebispo para a Quaresma de 2016
Queridas irmãs e queridos irmãos!

Este ano, o tempo da Quaresma reveste-se de um carácter muito especial.
O tempo da Quaresma no ano da Misericórdia, que começámos a celebrar
com toda a Igreja a 8 de Dezembro de 2015, põe no centro das nossas
vidas, mais do que é habitual, a misericórdia de Deus. Durante estes
quarenta dias do tempo de penitência pascal, devemos reflectir acerca da
nossa caminhada com Deus e com os homens, perceber onde nos encontramos
na nossa vida de fé e de oração, estar atentos aos nossos irmãos e
irmãs, abrirmo-nos a Deus. Uma das mais belas imagens para este tempo de
conversão é a parábola do Filho Pródigo (Lc 15, 11-32), que nos fala de
um filho, que não quer continuar a viver na casa do pai bondoso, no bem
estar do lar paterno. O filho quer fazer a experiência do “mundo”,
procurar a felicidade noutros lugares, pensando que poderia ter uma vida
mais agradável longe de casa, e longe do pai. No início tudo corre bem:
não tem saudades de casa, diverte-se, e está sempre bem disposto. Até
ao dia em que o dinheiro acaba, que os pseudo-amigos começam a
abandoná-lo, e tem de começar a trabalhar, a guardar porcos. Depois de
fazer um exame de consciência, e de uma grande reflexão, o filho decide
regressar a casa e pedir ao pai que o deixe trabalhar como se fosse um
dos seus empregados. A reacção do pai é a parte mais maravilhosa desta
história: não se zanga com o filho, mas, pelo contrário, espera
ansiosamente, todos os dias, o seu regresso a casa. Quando ainda estava
longe, o pai vê o filho e, enchendo-se de compaixão, corre a abraçá-lo,
não lhe pede explicações, e faz uma grande festa para celebrar o seu
regresso.
Quando aplicado à nossa vida, esta parábola mostra-nos a misericórdia
infinita de Deus. Deus está, todos os dias, à nossa espera, à espera
que voltemos para Ele. Sim, Deus tem pressa em se encontrar connosco,
para nos envolver com o seu amor e misericórdia. Podemos dizer que Deus é
assim, e é assim para todos os homens. Este ano, o tempo da Quaresma
convida-nos a deixarmo-nos tocar pela misericórdia de Deus, a
deixarmo-nos invadir por esta misericórdia, e sentirmo-nos amados por
Ele.
O sacramento da reconciliação, no qual vos convido a participar
especialmente durante este tempo da Quaresma, é um momento privilegiado
para sentir o amor e a misericórdia de Deus. Não se trata de nos
sentirmos culpados, de termos a consciência pesada, ou de nos acusarem
do mal que fizemos - mas se quisermos ser verdadeiramente honestos temos
de reconhecer que não somos assim tão perfeitos, como muitas vezes
queremos ser, diante de nós, e dos outros. Não se trata de uma questão
de culpa, mas ao contrário, de nos deixarmos tocar pela misericórdia de
Deus, que se expressa de uma forma muito concreta nas belas palavras da
fórmula da absolvição dos pecados pronunciada pelo padre. Podemos então
experimentar como somos importantes para Deus, como cada um de nós é
único a Seus olhos, e como Ele nos envolve com o Seu amor. Não posso
deixar de repetir mais uma vez: Voltai a confessar-vos! Abri-vos à
misericórdia de Deus! Aceitai o amor de Deus!
A Quaresma não é apenas um tempo para nos deixarmos tocar pela
misericórdia de Deus, mas também para praticarmos as Obras de
Misericórdia. A tradição da Igreja conhece, para além das 7 obras
espirituais, 7 obras de misericórdia corporais: dar de comer a que tem
fome, acolher o estrangeiro, vestir os nus, visitar os enfermos, visitar
os presos, enterrar os mortos, e dar esmola. Muitas destas obras são
feitas por instituições da Igreja ou do Estado. Mas também aqui, e de
forma ainda mais evidente, a questão principal passa por abrir o coração
às pessoas com dificuldades, deixar-se tocar pela angústia dos que
sofrem, e pensar como poderei, conscientemente, ajudar o outro no seu
sofrimento, como lhe oferecer um lugar na minha vida, e na vida da
sociedade, para que possa sentir-se aceite. Neste aspecto, os cristãos
são particularmente interpelados, uma vez que vivemos numa época em que
um tão grande número de pessoas vem bater à porta da Europa para poder
encontrar um lar seguro. Será que estas pessoas, de repente, quando
estão entre nós, perdem a dignidade de seres humanos? Não podemos falar
apenas de um Deus que deve ser misericordioso connosco, quando fechamos
o nosso coração, as nossas portas e as nossas fronteiras aos outros.
Queridas irmãs, queridos irmãos! Festejamos ainda neste Ano Santo da
Misericórdia, o 350º aniversário da eleição de Nossa Senhora,
Consoladora dos Aflitos, como padroeira da cidade do Luxemburgo. Não
pensem que é um jubileu que nada tem a ver com o Ano Santo. Podemos
invocar e reconhecer Maria como Mãe da Misericórdia, “Mater
misericordiae”. Há mais de três séculos que a população se entregou à
protecção e intercessão de Maria, e que desde então nos acompanha no
Luxemburgo, protegendo o nosso país e os seus habitantes. Assim, o
jubileu da Consoladora deve ser para nós um tempo de graça, durante o
qual nos entregamos de novo a Maria, depositamos nas suas mãos as
súplicas e a renovação da nossa Igreja do Luxemburgo, durante o qual lhe
podemos entregar as preocupações do mundo. Maria acompanha-nos e
conduz-nos, agora e sempre, ao seu Filho Jesus Cristo, em quem
resplandece a misericórdia de Deus para nós, para que também nós
possamos ser tão misericordiosos como o nosso Pai no Céu!
Luxemburgo, Festa da Apresentação do Senhor, 2 de Fevereiro de 2016
+ Jean-Claude Hollerich
Arcebispo do Luxemburgo