Sunday 7 February 2016




Dominica in Quinquagesima 07.02.16


Francais, Deutsch, Portugues............


Français: Lettre Pastoral de l`Archeveque pour le temps de Careme 2016:





English:  Today`s homily was replaced by the reading of the pastoral letter from the Archbishop of Luxembourg:





Deutsch:

Pastorale Weisungen für die Fastenzeit 2016 -

Umkehr und Rückkehr zur vollen Gemeinschaft mit Christus im Jahr der Barmherzigkeit

Die Kirche bereitet sich seit frühester Zeit durch eine vierzigtägige Bußzeit auf die österliche Feier des Todes und der Auferstehung Jesu Christi vor. Die Christen bemühen sich ihren Lebensstil so zu ändern, dass durch Gebet, Verzicht, Versöhnung und konkrete Nächstenliebe Christus mehr Raum in ihrem Leben gewinnt. Sind sie untereinander barmherzig, legen sie Zeugnis ab für die unendliche Barmherzigkeit Gottes.

Die Fastenzeit ist die bevorzugte Zeit der Gnade für die Umkehr und die Rückkehr zur vollen Gemeinschaft mit Christus. Dies geschieht insbesondere durch die volle Teilnahme an der Feier der Eucharistie, aber auch in besonderem Maß durch den Empfang des Bußsakramentes.

In der Feier der Eucharistie wird die volle Gemeinschaft der Getauften mit dem Herrn und seiner Kirche sichtbar. Die Kirche empfiehlt daher den ehrfürchtigen Kommunionempfang bei jeder Messfeier. Jeder Gläubige aber soll wenigstens einmal im Jahr, nach Möglichkeit in der österlichen Zeit (zwischen Aschermittwoch und Pfingsten), die Kommunion empfangen und durch diese volle Teilnahme an der Eucharistie seine Gemeinschaft mit der Kirche zum Ausdruck bringen.

Im Bußsakrament wird dem Christen, der seine Sünden bereut und aufrichtig bekennt, im Namen Gottes die Vergebung geschenkt; so erfährt er konkret die göttliche Barmherzigkeit. Jeder Christ soll sich regelmäßig prüfen, ob er in einer wichtigen Sache bewusst und freiwillig gegen Gott und gegen die Kirche, gegen seine Mitmenschen oder gegen sich selbst schuldig geworden ist. Wer sich in diesem Sinne einer schweren Sünde bewusst ist, soll diese möglichst bald, wenigstens aber innerhalb eines Jahres in der Feier des Bußsakramentes bekennen. Er ist aber auch verpflichtet, allen angerichteten Schaden nach besten Kräften gutzumachen. Auch den Gläubigen, die keine schweren Sünden zu beichten haben, wird zur sakramentalen Sündenvergebung die öftere Feier des Bußsakramentes empfohlen, wodurch sie Gott seiner überaus reichen Barmherzigkeit vergewissert. Die persönliche Beichte fördert zudem die Selbsterkenntnis und trägt zur inneren Reife bei. Die Zeit für die österlichen Sakramente (Bußsakrament, Kommunion) erstreckt sich in unserer Erzdiözese von Aschermittwoch bis Pfingstmontag einschließlich.

Durch das Fasten und alle anderen Formen des Verzichts wird der Mensch frei gegenüber den eigenen Bedürfnissen und Wünschen. Er wird frei gegenüber Gott und seinen Mitmenschen. Das Abstinenzgebot mit dem Verzicht auf Fleischspeisen am Aschermittwoch und Karfreitag verpflichtet alle ab dem vollendeten 14. Lebensjahr. Das Fastengebot mit dem „Fastenopfer“ nach der freien Verantwortung des einzelnen Christen verpflichtet zwischen dem 18. bis zum Beginn des 60. Lebensjahres. Als Zeichen der Umkehr im Sinne der bewussten Hinkehr zu Gott und den Menschen, besonders der Bedürftigen, bittet der Erzbischof das Abstinenz- und Fastengebot darüber hinaus an allen Freitagen der Fastenzeit zu befolgen. Entschuldigt ist, wer durch Krankheit, auf Reisen, am fremden Tisch oder durch schwere körperliche Arbeit daran gehindert ist. Seelsorger und Eltern sollen dafür sorgen, dass auch diejenigen, die wegen ihres jugendlichen Alters zu Fasten und Abstinenz nicht verpflichtet sind, zu einem echten Verständnis der Buße als Hinwendung zu Gott und den Notleidenden geführt werden.

Möge die Zeit des Fastens und des Betens im Jahr der Barmherigkeit uns alle näher zu Gott und zueinander führen.

(mitgeteilt vom Erzbischöflichen Ordinariat)

Portugues:

“Misericordiosos como o Pai”

Carta Pastoral do Arcebispo para a Quaresma de 2016

Queridas irmãs e queridos irmãos!

Este ano, o tempo da Quaresma reveste-se de um carácter muito especial. O tempo da Quaresma no ano da Misericórdia, que começámos a celebrar com toda a Igreja a 8 de Dezembro de 2015, põe no centro das nossas vidas, mais do que é habitual, a misericórdia de Deus. Durante estes quarenta dias do tempo de penitência pascal, devemos reflectir acerca da nossa caminhada com Deus e com os homens, perceber onde nos encontramos na nossa vida de fé e de oração, estar atentos aos nossos irmãos e irmãs, abrirmo-nos a Deus. Uma das mais belas imagens para este tempo de conversão é a parábola do Filho Pródigo (Lc 15, 11-32), que nos fala de um filho, que não quer continuar a viver na casa do pai bondoso, no bem estar do lar paterno. O filho quer fazer a experiência do “mundo”, procurar a felicidade noutros lugares, pensando que poderia ter uma vida mais agradável longe de casa, e longe do pai. No início tudo corre bem: não tem saudades de casa, diverte-se, e está sempre bem disposto. Até ao dia em que o dinheiro acaba, que os pseudo-amigos começam a abandoná-lo, e tem de começar a trabalhar, a guardar porcos. Depois de fazer um exame de consciência, e de uma grande reflexão, o filho decide regressar a casa e pedir ao pai que o deixe trabalhar como se fosse um dos seus empregados. A reacção do pai é a parte mais maravilhosa desta história: não se zanga com o filho, mas, pelo contrário, espera ansiosamente, todos os dias, o seu regresso a casa. Quando ainda estava longe, o pai vê o filho e, enchendo-se de compaixão, corre a abraçá-lo, não lhe pede explicações, e faz uma grande festa para celebrar o seu regresso.

Quando aplicado à nossa vida, esta parábola mostra-nos a misericórdia infinita de Deus. Deus está, todos os dias, à nossa espera, à espera que voltemos para Ele. Sim, Deus tem pressa em se encontrar connosco, para nos envolver com o seu amor e misericórdia. Podemos dizer que Deus é assim, e é assim para todos os homens. Este ano, o tempo da Quaresma convida-nos a deixarmo-nos tocar pela misericórdia de Deus, a deixarmo-nos invadir por esta misericórdia, e sentirmo-nos amados por Ele.
O sacramento da reconciliação, no qual vos convido a participar especialmente durante este tempo da Quaresma, é um momento privilegiado para sentir o amor e a misericórdia de Deus. Não se trata de nos sentirmos culpados, de termos a consciência pesada, ou de nos acusarem do mal que fizemos - mas se quisermos ser verdadeiramente honestos temos de reconhecer que não somos assim tão perfeitos, como muitas vezes queremos ser, diante de nós, e dos outros. Não se trata de uma questão de culpa, mas ao contrário, de nos deixarmos tocar pela misericórdia de Deus, que se expressa de uma forma muito concreta nas belas palavras da fórmula da absolvição dos pecados pronunciada pelo padre. Podemos então experimentar como somos importantes para Deus, como cada um de nós é único a Seus olhos, e como Ele nos envolve com o Seu amor. Não posso deixar de repetir mais uma vez: Voltai a confessar-vos! Abri-vos à misericórdia de Deus! Aceitai o amor de Deus!

A Quaresma não é apenas um tempo para nos deixarmos tocar pela misericórdia de Deus, mas também para praticarmos as Obras de Misericórdia. A tradição da Igreja conhece, para além das 7 obras espirituais, 7 obras de misericórdia corporais: dar de comer a que tem fome, acolher o estrangeiro, vestir os nus, visitar os enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos, e dar esmola. Muitas destas obras são feitas por instituições da Igreja ou do Estado. Mas também aqui, e de forma ainda mais evidente, a questão principal passa por abrir o coração às pessoas com dificuldades, deixar-se tocar pela angústia dos que sofrem, e pensar como poderei, conscientemente, ajudar o outro no seu sofrimento, como lhe oferecer um lugar na minha vida, e na vida da sociedade, para que possa sentir-se aceite. Neste aspecto, os cristãos são particularmente interpelados, uma vez que vivemos numa época em que um tão grande número de pessoas vem bater à porta da Europa para poder encontrar um lar seguro. Será que estas pessoas, de repente, quando estão entre nós, perdem a dignidade de seres humanos? Não podemos falar apenas de um Deus que deve ser misericordioso connosco, quando fechamos o nosso coração, as nossas portas e as nossas fronteiras aos outros.
Queridas irmãs, queridos irmãos! Festejamos ainda neste Ano Santo da Misericórdia, o 350º aniversário da eleição de Nossa Senhora, Consoladora dos Aflitos, como padroeira da cidade do Luxemburgo. Não pensem que é um jubileu que nada tem a ver com o Ano Santo. Podemos invocar e reconhecer Maria como Mãe da Misericórdia, “Mater misericordiae”. Há mais de três séculos que a população se entregou à protecção e intercessão de Maria, e que desde então nos acompanha no Luxemburgo, protegendo o nosso país e os seus habitantes. Assim, o jubileu da Consoladora deve ser para nós um tempo de graça, durante o qual nos entregamos de novo a Maria, depositamos nas suas mãos as súplicas e a renovação da nossa Igreja do Luxemburgo, durante o qual lhe podemos entregar as preocupações do mundo. Maria acompanha-nos e conduz-nos, agora e sempre, ao seu Filho Jesus Cristo, em quem resplandece a misericórdia de Deus para nós, para que também nós possamos ser tão misericordiosos como o nosso Pai no Céu!

Luxemburgo, Festa da Apresentação do Senhor, 2 de Fevereiro de 2016
+ Jean-Claude Hollerich
Arcebispo do Luxemburgo